Foto de Alvaro Garcia, Jornal "El Pais"

O olhar... a chave para entender o amor entre Tristan e Isolde

Uma das chaves para chegar ao coração de Tristan e Isolde é refletir a respeito do significado do olhar.

Os olhos são um dos órgãos bem complexos do ser humano, e por isso é regido pela influência de vários planetas: Urano, Sol, Lua, o signo de Áries e as estrelas fixas Ascelli (em Leão) , Antares (em Sagitário) e Plêiades (em Touro).

Porém o olhar, podemos atribuí-lo a Urano. Os símbolos que compõem as representações planetárias são 3: o círculo, o semi – círculo e a cruz. Partindo do princípio que o próprio símbolo de cada planeta já indica suas principais características, teremos, em termos gerais, no círculo uma relação com o espírito, pois é a mais perfeita forma geométrica (completo em si mesmo, sem começo e nem fim), representa a totalidade, a dimensão espiritual; na meia-lua uma relação com a dimensão da alma, pois é como um recipiente que recolhe a essência de cada experiência, onde encontra-se e desenvolve-se talentos; e na cruz uma relação com a matéria, com o corpo humano, a cruxificação do espírito no plano terrestre. Veja a tabela completa abaixo:

Podemos observar que URANO é o único planeta que porta todos os símbolos, incluíndo as 2 meias luas, ou seja, porta o espírito, a alma (sendo a própria lua, porém aqui as meias luas opostas) e a cruz. Ou seja, o olhar é um portal de acesso ao que há de mais puro e profundo em cada ser.

Foi quando Tristan e Isolde acessaram um à alma do outro que tudo começou, pois através do olhar, através de Urano, foi possível uma comunicação e um reconhecimento entre suas almas. Urano oferece mais do que um “acesso”, mas sim uma revelação, quando, claro, se tem “a nota chave” de acesso para cada ser, ou seja, quando existe Amor.

Waltraud Meier canta "Wesendonk lieder" no Festival Saint Denis à Paris

Querida Waltraud, que privilégio ter participado deste maravilhoso recital: ouvi-la cantar na grande Catedral de Saint Denis (proximo à Paris) um repertorio maravilhoso , as "Wesendonk Lieder", canções do nosso querido Richard Wagner, que encantam nossos corações... Contando ainda com a poesia e interação que Waltraud Meier cria com a musica, o ambiente e tudo que inspirou a composição dessas lindas canções, é claro que tivemos uma noite inesquecivel! Se era permitido filmar ou não, eu não sei, mas confesso que não quis saber... precisava registrar esses momentos para compartilhar com todos mais alguns momentos com essa "nobre alma" que tem a divina missão de transmitir as sutilidades e a magia que porta cada melodia da obra de Richard Wagner! Mais uma vez...obrigada Waltraud!

Tristan und Isolde: Relações astrologicas entre os personagens

E ai esta Tristan und Isolde, a obra que trabalha e trabalha em meus pensamentos ultimamente… primeiramente gostaria de abordar algo que acho fundamental : compreender a força do personagem de Isolde! Isolda porta uma força espiritual pronta para transcendência, ela é a unica pronta para ir até o fim! A tempos que estudo a tematica dos personagens de "Tristan e Isolde", e fiz uma relaçao de todos os personagens com a mandala astrologica, com os signos do zoodiaco, pois creio que ajuda a compreender caracterisitcas intrinsicas dos personagens, porem que pequenas nuances seja do texto ou da musica deixam claro, e achei incrivel como complementa-se perfeitamente com as bases astrologicas. Falarei primeiramente dos nossos protagonistas. Podemos fazer uma relação entre Isolde e o signo de Touro (regência pelo planeta Vênus) e o signo de Câncer (regência pela Lua). Isolde porta a fragilidade mas também a coragem e determinação, fala de sentimentalismos, das emoções mas com uma convicção completamente racional, ou seja, pronta para encontrar o seu complemento, e ainda mais, ja encontrou: o signo de Escorpião (regência por Marte e Plutão) complemento do signo de Touro e o signo de Capricornio (regência por Saturno) complemento do signo de Câncer. Onde temos as caracteristicas de Tristan, aquele que é o fruto da tristeza de sua mae, aquele que teve que vencer o grande gigante da Irlanda, aquele que teve que sacrificar seus sentimentos para entregar a mulher amada ao tio, que ele também tanto ama, aquele que o dever e os convencionalismos para manter tudo em ordem e sobre controle fala mais alto. Porém a relação dos signos complementares Touro - Escorpião, que indicam uma relação do ter (usar) versus possuir, de superficialidades versus profundidade, do amor versus morte, da magia versus a alquimia, da aparência versus a transcendência, da paixão versus desejo; e dos signos complementares de Câncer - Capricornio, estrutura familiar versus estrutura mundana, estrutura de base versus projeçao de vida, grandes objetivos, emocional versus racional, serenidade versus inquietaçao, enfin, todas essas relações são trabalhadas em algum nivel pelos personagens e justamente o fruto, que é extrair o maximo dessas relaçoes buscando o devido equilibrio entre elas, sera a historia dos nossos queridos "Tristan und Isolde". Qualquer semelhança com nossa vida "real" não é mera coincidência! (continua)
A roda Astrologica proporciona uma melhor visualização da relaçao de oposição e complementação:

Isolde de Patrice Chéreau: "humana, terrivelmente humana"

Hoje estava revendo a montagem do "Tristan und Isolde" que abriu a temporada do Scala de Milao em dezembro/2007. Quando tive a oportunidade de assistir ao vivo pela televisao lembro que gostei muito, apesar de ter achado o final um "espanto" (todo aquele sangue saindo da Isolde!! pra quem nao lembra, confiram o video!)
Porém hoje, revendo com mais calma, e com mais atenção à montagem, me ficou mais evidente a montagem "humana, terrivelmente humana" do Patrice Chéreau. Achei que em termos de cenario estava até aceitavel, estilo tradicional, um tanto frio, porém que Isolde humana que ele criou! E claro, Waltraud Meier, que tem o dom de entender exatamente o que o diretor de cena quer transmitir, conseguiu canalizar toda sua "força" para tornar-se fragil e sensivel! é um ponto de vista, sem duvida, mas não consigo ver Isolde quase chorando no primeiro ato! Prefiro partir do principio que ela, inconformada e transtornada, pelo fato de Tristan, que matou seu noivo, porém que ela o ama em segredo, esta levando-a para casar com seu tio! Ela, a princesa da Irlanda, que tem conhecimento das artes de "tirar e dar a vida" com a magia de seus balsamos, esta no minimo irritadissima e querendo satisfaçoes! nao é momento de fragilidades! Sem contar que Isolde, desde o principio, ela esta pronta para morrer, pronta para o sacrificio, para ir até o fim! Nesse ponto que acredito que os diretores de cena influenciam muito na propria compreensão do publico, pois podem agregar ou transfomar mesmo caracteristicas basicas dos personagens. Acredito que Patrice Chéreau "despersonalizou" Isolde com essa montagem, sendo que, no final Isolde so poderia "rachar no meio" mesmo! Acho otima a ideia de trazer o mito para a nossa realidade, mas acho que tratando-se das obras wagnerianas somos nos, humanidade, que devemos nos elevar à altura dos mitos! quem de nos tem a determinaçao de Isolde para ir até o fim, seja no que for?

"Quero me envolver para morrer"

Em outubro de 1854, Richard Wagner escrevia à Lizst: "Como, durante a minha vida, eu nunca vive realmente a felicidade do amor, quero criar um momumento à este sonho, o mais belo de todos os sonhos, escrevendo uma obra em que, do início no fim, o amor vivera em todos os niveis. Eu tenho na cabeça o plano de um " Tristan e Isolde", e nesse grande vôo que flutua ao desenlace, quero me envolver completamente para morrer."

Parsifal e os grandes mitos, presentes para a humanidade


Parsifal talvez seja a opera mais monumental de toda historia! é evidente que ela merece um grande espaço para ser trabalhada entre nos! Um dos elementos que mais me fascinam no "mundo wagneriano" é a capacidade de Wagner trabalhar sobre os grandes mitos que fazem parte da historia da humanidade. Acredito que seja uma idéia errônea supor que um mito é uma invenção da fantasia humana, sem fundamento. Ao contrário, um mito é uma caixa de mistérios contendo as mais profundas e preciosas jóias da verdade espiritual, pérolas de beleza tão rara e etérica que não podem permanecer expostas ao intelecto material. "Recebemos" esse "presente", porém envoltas no simbolismo dos mitos, para que possam trabalhar sobre nossos sentimentos até que nossos intelectos possam compreender (porém com maturidade e um nivel de pureza conquistada, para que não façamos "besteiras" com as revelaçoes recebidas), assim como ensinamos nossos filhos conceitos morais através de contos de fadas, que trazem muitos ensinamentos também, quando vistos com olhos atentos.

Nosso querido Richard Wagner com sua genialidade conseguiu dar forma a essas estruturas miticas e transmiti-las através da arte, talvez, mais sublime: a musica! ou como ele diria: os dramas musicais!

Idéias de novos topicos!

Deixe aqui suas idéias dos temas que podemos abordar!

Montagens wagnerianas: escutar o publico wagneriano? Porque não?!


Querida Waltraud, aí está uma confissão à respeito das montagens das operas wagnerianas de hoje em dia! (ou desde sempre, às vezes…) Interrogo-me tmabém porque muitas vezes encontramos tanto de inovações se às vezes não se consegue nem mesmo fazer o simples, pode-se dizer, o essencial… Certamente que as obras wagnerianas, portam a caracteristica do proprio Richard Wagner, este que tem o DOM da multiplicidade, de trabalhar numerosas possibilidades ao mesmo tempo, a capacidade de trabalhar em diferentes níveis, diferentes dimensões (tipicas caracteristicas de um geminiano com ascendente em gêmeos).Isso possibilita diferentes interpretações e conclusões, ou seja, pode-se entender "o que quiser" das peças, porem, no que diz respeito a montagem em cena, muitas vezes pode ser "perigoso"... Longe de dizer que uma montagem deve ser tradicional para para ser justa, mas deve simplesmente procurar o extraordinário ao centro do ordinario, deve ser inteligente, e dar possibilidades ao público de entrar em relação com a opera , criar um ambiente de interação, mas deixando a música falar para ela mesmo… Às vezes tenho idéias para fazer alguns montagens, mesmo muito longe dos palcos, por "hobby" e por adorar as operas fico "alimentando"essas idéias que chegam à minha mente... creio que aqui teremos um bom espaço para compartilhar essas idéias, pois imagino que todo wagneriano ja criou difenrentes montagens em suas mentes ouvindo e re-ouvindo suas gravações favoritas! Porque nao trabalharmos algumas idéias juntos? Conto com voces! (imagem: salão de musica do castelo de Neuschwastein, onde eram encenadas as operas wagnerianas)

"Dies süsse Wörtlein: und..."




Isolde canta no segundo ato: " no entanto o nosso amor não tem nome Tristan - E - Isolde? Esta pequena palavra terna: "e" , este que vincula, esta relação d' amor… " . é interessante perceber que esta é a única obra wagneriana que nos transmete uma noção de casal, de dualidade, de complementação. Com Tristan e Isolde é que encontramos a confrotação do masculino e do feminino, confrontação que busca uma fusão, ainda além da complementação. Começamos com a oposição de Tristan e Isolde, viajem onde Tristan leva Isolde à seu tio, um destino que ela não pode aceitar, uma oposição gerada pelos convencionalismos, mas que torna-se já uma primeira relação de " fusão" , que teve lugar quando Isolde curou a ferida de " Tantris". Mas, como verdadeiros " opostos complementares" esta relação de feminino e masculino, que por principio sairam de uma mesma unidade, tem necessidade de se melhorarem, de conquistarem a pureza fruto de uma inocência "experimentada", para poder realmente fundir-se novamente, em unidade. Para estarem prontos para essa fusao, é preciso trabalhar internamente alguns elementos: AMOR, TRANSMUTAçÃO, SACRIFÍCIO. Aí estão os elementos que vão desenvolver-se durante toda a opera. Richard Wagner escreveu Mathilde Wensendonk (03/03/1860) dizendo que as quatro primeiras notas de oboé são como a " respiração criadora divina" que se derrama no Universo para dar origem à matéria, significando que a força do amor "derrama-se" no ser humano para dar à ele o poder de criar.