Hoje estava revendo a montagem do "Tristan und Isolde" que abriu a temporada do Scala de Milao em dezembro/2007. Quando tive a oportunidade de assistir ao vivo pela televisao lembro que gostei muito, apesar de ter achado o final um "espanto" (todo aquele sangue saindo da Isolde!! pra quem nao lembra, confiram o video!)
Porém hoje, revendo com mais calma, e com mais atenção à montagem, me ficou mais evidente a montagem "humana, terrivelmente humana" do Patrice Chéreau. Achei que em termos de cenario estava até aceitavel, estilo tradicional, um tanto frio, porém que Isolde humana que ele criou! E claro, Waltraud Meier, que tem o dom de entender exatamente o que o diretor de cena quer transmitir, conseguiu canalizar toda sua "força" para tornar-se fragil e sensivel! é um ponto de vista, sem duvida, mas não consigo ver Isolde quase chorando no primeiro ato! Prefiro partir do principio que ela, inconformada e transtornada, pelo fato de Tristan, que matou seu noivo, porém que ela o ama em segredo, esta levando-a para casar com seu tio! Ela, a princesa da Irlanda, que tem conhecimento das artes de "tirar e dar a vida" com a magia de seus balsamos, esta no minimo irritadissima e querendo satisfaçoes! nao é momento de fragilidades! Sem contar que Isolde, desde o principio, ela esta pronta para morrer, pronta para o sacrificio, para ir até o fim! Nesse ponto que acredito que os diretores de cena influenciam muito na propria compreensão do publico, pois podem agregar ou transfomar mesmo caracteristicas basicas dos personagens. Acredito que Patrice Chéreau "despersonalizou" Isolde com essa montagem, sendo que, no final Isolde so poderia "rachar no meio" mesmo! Acho otima a ideia de trazer o mito para a nossa realidade, mas acho que tratando-se das obras wagnerianas somos nos, humanidade, que devemos nos elevar à altura dos mitos! quem de nos tem a determinaçao de Isolde para ir até o fim, seja no que for?
A L’HORA BAIXA
Il y a 1 an
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